Aproximadamente 1200 ciclistas participaram de um ato na manhã deste sábado, cobrando mais atenção e respeito das autoridades e motoristas. O ato foi mobilizado após a morte do ciclista profissional Hugo Cavanelas, 38, que foi atropelado enquanto treinava na MGC-262, em Sabará, no dia 3 de janeiro e faleceu neste domingo, no Hospital João XXIII, onde estava internado deste então.
Segundo o analista de sistemas e praticante de moutain bike Hélio de Sousa Lima Filho,39 , a manifestação começou às 8h, na Lagoa da Pampulha, local muito usado pelos ciclistas tanto para lazer quanto para treino. Ele foi um dos organizadores da mobilização, que reuniu desde quem usa a bicicleta como meio de transporte no dia-a-dia até profissionais de diferentes mobilidades do ciclismo.
“O que queremos é pedir mais conscientização sobre o compartilhamento das vias. Como diz o Código Brasileiro de Trânsito, a bicicleta é um veículo de transporte que tem o direito de trafegar pelas ruas e rodovias”, destacou. Ele conta que uma das reivindicações é uma maior sinalização das rodovias MG -262, onde aconteceu o atropelamento do Hugo e da MG-435.
Após a concentração, os participantes deram uma volta na lagoa, depois seguiram pela Antônio Carlos até o centro da capital. Ao chegarem na Praça Sete os ciclistas ocuparam parte das vias, exibindo faixas e cobrando uma atuação mais presente da BHTrans e Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER-MG). Em seguida o grupo foi até a sede do órgão, para reforçar o apelo por melhor sinalização nas estradas. Depois disso parte do grupo se dispersou e os manifestantes restantes retornaram até a lagoa da Pampulha.
Servidor público, Vítor Brandão, 31, é um ativista da mobilidade urbana e também atua como Bike Anjo, onde ajuda pessoas que desejam usar a bicicleta como meio de locomoção, destacou a importância de se exigir mais campanhas de educação no trânsito em relação ao ciclista. “É importante que o motorista entenda que em cima de uma bicicleta tem uma vida, um pai ou uma mãe de família”, disse. Ele lembra que é comum que pessoas que estão andando no acostamento das estradas ou no canto das ruas e avenidas, sejam ameaçadas por condutores, que por vezes até usam o veículo para passar bem perto do ciclista só para intimidar.
Por meio de nota, a BHTrans informou que a prefeitura vem atuando para atender a demanda dos ciclistas, o que levou a produção conjunta de um Plano de Mobilidade por Bicicleta, com o objetivo de incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte em Belo Horizonte. “Após vários estudos e reuniões do grupo de trabalho “GT Pedala”, formado por técnicos da BHTrans e ciclistas de Belo Horizonte, o Plano foi desenvolvido, atendendo a demanda da Prefeitura. Além da BHTrans, o planejamento contou com a participação da Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte, BH em Ciclo, Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano e Sudecap”, informou a autarquia.