O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, criticou os cortes de orçamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) promovidos pelo governo federal. Em 2021, os cortes e bloqueios já anunciados é de 36,5%, o que equivale a R$ 76 milhões se comparado com o orçamento do ano passado. A instituição esperava uma redução de R$ 32 milhões, o que já seria preocupante.
“É muito importante que a população de Minas Gerais saiba que, caso não tivesse a pandemia na cidade de Belo Horizonte, a Universidade Federal de Minas Gerais teria fechado. Ela hoje estaria fechada”, criticou Kalil, ressaltando as premiações internacionais que classificam a instituição como a melhor universidade federal do Brasil. No último mês, a UFMG foi a apontada como a universidade federal mais bem avaliada no país, de acordo com o Índice Geral de Cursos (IGC) 2019, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
“O que estão fazendo com o estudo federal no Brasil é definitivamente um crime, que vai custar muito no futuro”, pontuou. A reitora da UFMG, Sandra Goulart, esteve nesta quarta-feira em Brasília para tratar o assunto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pedir ajuda aos congressistas mineiros para manter a instituição aberta.
O senador se mostrou contrário ao corte não só de recursos da UFMG, como também de outras dez instituições mineiras, e disse que vai iniciar diálogo com o MEC para evitar esse corte, algo que pode ser revertido na votação de PDLs do Orçamento já na semana que vem.
Os cortes na universidade são fruto da redução do orçamento em R$ 1,1 bilhão do Ministério da Educação (MEC). Em seguida, houve um bloqueio orçamentário na pasta de R$ 2,7 bilhões.
Kalil disse que vai entrar em contato com Pacheco para tentar uma solução para o caso e disse ser preciso união dos políticos mineiros para tratar o tema. “Chega de desunião, chega mimimi, chega disso, chega daquilo. Vamos resolver o problema da Universidade Federal de Minas Gerais. Quem vai resolver? Os mineiros, deputados, os senadores, os prefeitos. Temos aí Viçosa, Juiz de Fora, aqui em Belo Horizonte. Todos nós vamos dar as mãos para que esse crime não seja cometido contra a universidade federal”, afirmou o prefeito ao defender união das forças políticas mineiras.
“Quero deixar aqui um apelo, tenho certeza que o presidente do Congresso vai se empenhar, esse é um momento para toda bancada mineira se unir, com ajuda do governo do Estado. Estou me colocando aqui à disposição para sentarmos, conversarmos, para que possamos pelo menos enquanto se resolve essa tragédia na educação, nós mantenhamos essa grande instituição, que enche o peito de todos os mineiros de orgulho, de pé”, avaliou.
Kalil assinou na manhã desta quinta-feira contrato para financiamento dos testes de uma vacina contra a Covid-19 pela UFMG. A Prefeitura de Belo Horizonte vai repassar R$ 30 milhões para a instituição dar continuidade aos testes da vacina. “A ajuda é pequena, porque é de uma prefeitura, mas os orçamentos que vocês devem [como jornalistas] pesquisarem vão notar que o que estão fazendo com o estudo federal no brasil é definitivamente um crime, que vai custar muito no futuro”, destacou.