Após o enterro da pequena Mikaelly de Oliveira Ribeiro, de 1 ano e 7 meses, na manhã desta terça-feira (20) em Juiz de Fora, na Zona da Mata, familiares da menina defenderam que a mãe dela e o seu companheiro, que foram presos pela ocultação do corpo no quintal de uma casa em Teresópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, devem “sofrer na cadeia”. O homicídio foi descoberto na última sexta-feira (16), quando os restos da menina foram achados na residência do padrasto.
Foram presos o segurança Janoir Martins Custódio, que não teve a idade divulgada, e Raiane de Oliveira Gonçalves, de 19 anos, mãe da garota. Em entrevista à O TEMPO, a tia da criança, Raquel Eliana, de 31 anos, afirmou que não acredita na versão da familiar de que era ameaçada pelo homem e, por isso, não teria acionado a polícia após o assassinato.
“Ela teve muita possibilidade de ter ligado e avisado a família. Ela saía com a sogra para ir no mercado, para fazer compra. Podia muito bem pedir socorro, sabendo que a menina estava morta, era só gritar. A gente que é mãe, ver batendo no filho da gente, matando, e não falar nada? Se fosse comigo, eu ia morrer junto, porque eu ia lutar até o fim”, afirmou a tia da vítima.
Raiane saiu de sua casa na cidade mineira no dia 11 de julho de 2017, quando o suspeito – que ela conheceu no Facebook – foi buscá-la em casa. A tia da menina conta que o segurança prometeu que daria tudo para a mulher e a filha, inclusive não tendo permitido que nada da criança fosse levado para o Rio de Janeiro.
“A gente mantinha contato com ela, pelo telefone, conversava com ela e com a menina. Mas em um sábado, a mãe da Raiane entrou em contato pra saber como estava, pedindo para trazer a menina em Minas que a avó paterna queria ver. Ela disse que iria para o Chile primeiro e, depois, iria trazer a menina. Em outra ligação, ouvimos ele maltratando a minha irmã no telefone, como se fosse um cachorro. Depois disso, a última ligação que a gente teve com ela foi no dia 30 de outubro. Perguntamos da menina, pedimos pra ela mandar foto e ela falava vou mandar. A Mikaelly sempre estava dormindo ou ido na pracinha com o Janoir”, detalhou Raquel.
Desde outubro, dois meses após a morte da criança, a família de Raiane não teve mais notícia das parentes. Preocupados, eles chegaram a conseguir falar por telefone com a mãe do segurança, que disse que as duas já teriam voltado para Minas e que o filho dela já estaria casado com outra mulher.
“O pai da Mikaelly chegou a ir até a casa e quem atendeu foi o padrasto e a mãe do Janoir. Eles atenderam do lado de dentro, com dois cachorros rottwailer no quintal. Falaram que elas estavam no Rio. Enquanto isso minha sobrinha estava enterrada no quintal”, disse, emocionada, a tia.
Raiane só voltou a fazer contato com a família no último dia 13 de fevereiro, quando mandou uma mensagem dizendo que a criança morreu após sofrer um derrame. Mikaelly foi enterrada em Juiz de Fora na manhã desta terça-feira (20).
“Deveria matar os dois lá dentro”, diz parente
Questionada sobre o que ela espera que aconteça com sua irmã e o companheiro, Raquel Eliana defendeu que os dois deveriam sofrer na cadeia. “Para mim, deveria matar os dois lá dentro. Por que ela para mim não é mãe e ele não pode ser um padrasto”, afirmou.
“Tinha que arrumar um jeito deles cair lá dentro, não matar, mas ir judiando aos poucos igual eles fizeram com a menina. Aí depois executa os dois lá dentro. Porque a população está muito revoltada, não é só a família, mas toda a cidade”, finalizou a tia da vítima.
O crime
O padrasto e a mãe de uma garotinha de apenas 1 ano e 7 meses, natural de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foram presos na última sexta-feira pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ).Conforme a 110ª Delegacia do Estado, policiais militares chegaram até os suspeitos após receberem uma denúncia anônima de violência doméstica contra a mãe da menina.
Durante o atendimento à ocorrência, a polícia descobriu ainda que a pequena Mikaelly estava desaparecida há mais de seis meses. Diante da informação, a PC do Estado iniciou então uma investigação.
Em depoimento, Raiane afirmou que conheceu o segurança no Facebook e, após algum tempo de conversas on line, acabou concordando em ir morar com o homem em Teresópolis, deixando então Juiz de Fora.
Porém, ao passar a morar com o suspeito, ela e sua filha passaram a ser agredidas, sendo mantidas em cárcere privado. A mulher detalhou ainda, segundo o delegado, que no dia 4 de agosto do ano passado Janoir espancou “impiedosamente” a criança, matando-a e enterrando o corpo no quintal da casa onde moravam.
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