A expressão popular “Queimar o filme” significa estragar a reputação de uma pessoa. Mas, para o bloco de Carnaval “Queimando o filme”, que animou a tarde deste sábado (27) na Praça Duque de Caxias, no tradicional bairro Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte, a proposta é outra: cair na folia e ser feliz. A festa reuniu dezenas de pessoas de todas as idades, muitas delas fantasiadas e com muito brilho.
De acordo com o produtor de vídeo Pedro Flores, de 20 anos, o bloco foi criado por amigos que trabalham com produção de vídeos e de cinema. “O nome do bloco tem duplo sentido, queimar o filme do cinema, das produtoras, e a expressa queimando o filme nas ruas, no carnaval. No carnaval tudo pode”, brinca Pedro.
Segundo ele, o bloco surgiu há quatro anos no Santo Antônio, região Centro-Sul, mas como o bairro tem muitas ladeiras, e eles queriam circular mais, escolheram o boêmio bairro Santa Tereza, onde, segundo ele, o carnaval de Belo Horizonte ressurgiu em 2013.
“A escolha do bairro deve-se também ao metrô, para facilitar a chegada e a saída das pessoas para outros blocos, em outros lugares”, completou. A concentração do bloco começou às 10h e, às 14h, os foliões saíram pelas ruas do Santê. A previsão era de acabar somente às 18h.
Fantasias
O servidor público Luciano de Franco Ribeiro, de 52, foi para a festa fantasiado de “Madre Superiora de maus hábitos de Almodóvar”, ou “Madre Traficante”, segundo ele. “Belo Horizonte está em clima total de carnaval, principalmente em Santa Tereza. O carnaval de BH renasceu aqui”, disse. A fantasia dele era metade homem, metade freira. “É sem gênero”, brincou.
A fisioterapeuta Taís Abreu, de 37, foi fantasiada de dançarina do ventre e o filho, de Homem-aranha. “A família toda está reunida para o carnaval. Ela também”, brincou Taís, grávida de uma menina. “O carnaval promete. Minha sogra mora no Santa Tereza e eu adoro o carnaval do bairro. É bem familiar”, disse.
O psicólogo Pedro Martins, de 31, vestiu uma fantasia que dava a impressão de que ele era carregando nos ombros por um Papai Noel anão. “Ganhei de presente de um amigo, que é costureiro”, disse.