Aos 37 anos, o goleiro Fábio coleciona diversas marcas importantes no Cruzeiro. Ele é o jogador com mais partidas disputadas com a camisa celeste (752), conquistou nove títulos e é o recordista de jogos na Copa Libertadores pelo clube, com 64 apresentações. Na próxima terça-feira, contra o Racing, em Avellaneda-ARG, ele atingirá outro feito. O ídolo cruzeirense chegará à 10ª competição internacional pela Raposa. Desde 2005, quando voltou à Toca, são seis Libertadores e três Sul-Americanas no currículo. Mas ele quer mais. O camisa 1 sonha oferecer à torcida um título continental.
Bicampeão brasileiro (2013/2014) e da Copa do Brasil (2000/2017) pelo Cruzeiro, Fábio só tem títulos internacionais com outras camisas. No Vasco, conquistou a Copa Mercosul de 2000. Pela Seleção Brasileira, ganhou a Copa América de 2004, no Peru.
Nesses 13 anos de Cruzeiro, Fábio participou de campanhas que geraram grande expectativa no torcedor, mas terminaram em decepção. Ao Superesportes, ele lembrou das Libertadores de 2009 e 2011. O goleiro ainda jogou no clube as edições de 2008, 2010, 2014 e 2015. Este ano, com um elenco notadamente forte, ele quer ajudar o clube a escrever outro final.
2009
Fábio prefere não ver o vice da Libertadores de 2009 como um desastre. O Cruzeiro passou em primeiro lugar no grupo composto por Estudiantes-ARG, Deportivo Quito-EQU e Universitário de Sucre-BOL. Nas oitavas, eliminou a Universidad de Chile. Nas quartas e semifinais, superou São Paulo e Grêmio, campeão e vice do Brasileiro em 2008.
A cereja do bolo seria o título em casa, diante do Estudiantes, mas ele escapou com a derrota por 2 a 1 no Mineirão, após empate por 0 a 0 em La Plata. “Tivemos um momento bom. Mesmo não sendo favoritos na Libertadores de 2009, a equipe cresceu muito. Esperamos que essa equipe de 2018 possa agir dessa mesma forma, só que com um final diferente, buscando a conquista e concretizando o tricampeonato”, disse o goleiro.
2011
O Cruzeiro voltou à Libertadores em 2010 e caiu para o São Paulo nas quartas de final. Mas foi em 2011, sob o comando de Cuca, que a torcida voltou a acreditar no título. Liderado por Montillo em campo, o time parecia ter dado liga, a ponto de ser rotulado de “Barcelona das Américas” pelo então técnico do Peñarol, Diego Aguirre.
De fato, o Cruzeiro foi avassalador na fase de grupos e alcançou o primeiro lugar geral. O grupo celeste tinha Estudiantes-ARG, Deportes Tolima-COL e Guaraní-PAR.
Mas, de forma surpreendente, a queda ocorreu logo nas oitavas para o Once Caldas e dentro de casa. Como o Mineirão e o Independência estavam em obras, a eliminação foi na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, com o revés por 2 a 0. Na ida, em Manizales-COL, o Cruzeiro havia vencido por 2 a 1. O clube foi do céu ao inferno, a ponto de quase cair no Brasileiro.
“Acho que foi um momento difícil e inesperado. Pelo jogo que fizemos lá (Manizales), por ter feito o resultado, a eliminação foi uma surpresa. Acho que dentro de casa, em Sete Lagoas, a gente tinha grande chance de se classificar e ir mais longe naquela competição”, lembra Fábio.
Pressão?
Por conta dessas experiências, Fábio se sente mais maduro para conquistar sua primeira Libertadores. Depois de Raul, em 1976, e Dida, em 1997, ele também quer gravar seu nome como campeão do torneio. “Sempre vai faltar alguma coisa na nossa vida. Se você não tiver bastante alicerce, o mundo sempre vai colocar que está faltando alguma coisa. Eu já sou um cara abençoado por ter primeiramente saúde, uma família abençoada, um emprego que eu amo, estar jogando futebol e ainda dentro da minha casa, que é o Cruzeiro. Então sou um cara realizado dentro e fora de campo. Mas, lógico que quando se renova um ano a expectativa é grande, e com certeza a expectativa é muito boa de conquistas, não só da Libertadores. Acho que temos que focar em todas as competições. A equipe do Cruzeiro de 2018 tem um plantel de qualidade em todas as posições, onde a gente vai precisar muito nessa temporada”.
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