Revisão históricaAs histórias reveladas no livro trazem ainda a possibilidade de uma revisão importante sobre as motivações por trás da Segunda Guerra Mundial, e também do que acabou com ela.
O autor conta em “High Hitler” que, além do comandante nazista, os soldados alemães recebiam doses generosas de metanfetamina para ficarem mais ligadões, dispostos e imbuídos de um sentimento de euforia e invencibilidade.
Segundo Ohler, o recurso teria sido fundamental por exemplo nas invasões vitoriosas da França e da Polônia.
Mas o grande mérito desse livro, na opinião do historiador alemão Hans Mommsen, está na revelação da relação entre Hitler e seu médico Theodor Morell, que escancara “como acontecimentos mundiais podem ser conduzidos por trivialidades medicinais”, afirma Morell no posfácio que encerra o livro.
War on drugs nazista
Mas a esbórnia nazista não valia para todos. O livro relata que Hitler em nome de seu projeto de higienizar as raças mandou muito usuário de drogas para campos de concentração.
A “war on drugs” do terceiro reich começou “em novembro de 1933, quando o Reichstag (prédio onde o funciona o parlamento federal da Alemanha), ocupado pelos nazistas, aprovou uma lei que possibilitava o internamento compulsório de viciados por até dois anos em sanatórios fechados e a permanência podia ser prolongada de forma ilimitada, por decisão judicial”, relata Ohler.
Com isso, ao mesmo tempo que por debaixo dos panos se drogava compulsivamente, Hitler plantava na mente da sociedade alemã a imagem de “inimigo das drogas”. Segundo Ohler, um mito que se fixou tanto na opinião pública como entre pensadores e críticos, e que ecoa até hoje. “Um mito que precisa ser derrubado”, afirma o jornalista.