Rádios AM poderão migrar para a faixa FM, de acordo com decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff. Um boa notícia para o setor de comunicação que sofre com a falta de competitividade.
Essa medida atende a demanda antiga do setor de rádio, principalmente de emissoras do interior, e vai permitir melhoria da qualidade do sinal dessas rádios. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) avalia que 90% das 1,8 mil rádios comerciais AM se transfiram para a frequência FM.
Em discurso após a assinatura do decreto, a presidente Dilma Rousseff disse que a migração é importante para permitir também que as rádios hoje na faixa AM possam ser sintonizadas por aparelhos celulares e tablets – esses equipamentos só captam sinal de FM.
Em Capinópolis-Mg., a mudança trará mais competitividade à AM 810, do grupo Interativa. A emissora tem uma programação que agrada, mas sofre com a qualidade do sinal AM e com atividades ilegais de emissoras comunitárias que cobram por anúncios.
De acordo com a Lei nº 9.612 /98, emissoras de rádio FM comunitárias não podem veicular qualquer tipo de propaganda, ou receber patrocínio de cunho eminentemente comercial, mas na prática, vem acontecendo o contrário, cenário que pode ser invertido com a chegada das “novas” rádios FM legalizadas para comercializar pacotes publicitários.
Mudanças técnicas
Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar seus sistemas de transmissão de sinal, que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. O investimento médio previsto é de cerca de R$ 85 mil para cada emissora. O governo deve oferecer financiamento ao setor.
A troca dos equipamentos é necessária porque as rádios AM funcionam em uma frequência de 525 KHz, no início do espectro, enquanto as rádios FM operam em 88 MHz. As ondas de rádio emitidas pelos transmissores AM são consideradas de tamanho médio, com alcance maior que os de FM, que têm ondas curtas. Portanto, a diferença técnica entre uma e outra está na propagação dessas ondas.