Duas mulheres que comandavam uma casa de prostituição de luxo na rua Gonçalves Dias, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foram presas em flagrante pela Polícia Civil na noite da última segunda-feira (4).
Segundo a corporação, elas podem ser condenadas a até cinco anos de prisão por exploração sexual, caso fique demonstrada a participação direta delas nos lucros das garotas de programa.
A delegada Larissa Mascotte, da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual, disse à reportagem de O TEMPO que as investigações apontam que as prostitutas que ficavam na casa tinham que pagar R$ 80 por programa às duas mulheres – uma seria a proprietária do imóvel e a outra a gerente do estabelecimento.
Os clientes pagavam às garotas, em média, R$ 250 por uma hora de sexo. Ao final do serviço, os homens que frequentavam a casa ainda participavam de uma espécie de “pesquisa de satisfação”.
Além disso, as mulheres tinham que pagar uma “multa”, de valor não informado pela polícia, se quisessem sair com um homem para um motel.
Oito garotas de programa estavam na residência quando a polícia chegou ao local, todas elas maiores de 18 anos, sendo que duas já estavam em quartos separados com outros homens. A delegada ressalta que os clientes flagrados com as prostitutas não cometeram crimes, mas foram ouvidos como testemunhas.
“As garotas de programa são consideradas vítimas porque foram exploradas sexualmente pelas duas mulheres que mantinham a casa de prostituição. Já as pessoas que participavam dos programas não foram autuadas em flagrante. É uma situação atípica, porém, que não configura crime. De qualquer forma, eles foram levados à delegacia para serem ouvidos”, disse.
A reportagem foi até a casa onde funciona o prostíbulo na manhã desta quinta-feira (7). Um funcionário, que não quis se identificar, disse que o estabelecimento voltou a funcionar na noite dessa quarta-feira (6) mesmo após as prisões da proprietária e da gerente. Ele afirmou que a residência trata-se, na verdade, de “um bar, que abre as portas ao anoitecer”.
Questionada sobre a volta do funcionamento da casa, a delegada disse que a Polícia Civil pode retornar ao local a qualquer momento caso seja feita uma nova denúncia de que outras pessoas estejam explorando as prostitutas. A queixa que levou a corporação ao prostíbulo na última segundaé oriunda do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Larissa salienta que apesar do auxílio do MPMG, qualquer cidadão pode procurar as polícias Militar ou Civil para registrar a prática de um crime.
“É importante frisar que a gente já oficiou a prefeitura de Belo Horizonte informando que lá tem um alvará de bar, mas na verdade é um estabelecimento destinado à exploração sexual”, afirmou. A reportagem aguarda um posicionamento da prefeitura sobre o caso.