Cerca de 50 famílias sem-teto e lideranças do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas de Minas (MLB) ocuparam, na manhã desta terça-feira (16), o saguão da prefeitura de Belo Horizonte, na avenida Afonso Pena, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma comissão com mais cinco pessoas também foi para a cidade administrativa tentar diálogo.
Eles pedem que não haja despejo da ocupação Carolina Maria de Jesus, que ocorreu no último dia 6 de outubro quando famílias sem-teto ocuparam um prédio da Avenida Afonso Pena, 2.300, esquina com Rio Grande do Norte, no centro de Belo Horizonte. CLIQUE AQUI e leia mais sobre a ocupação.
“A reivindicação é que não haja o despejo das famílias da ocupação e que Prefeito de BH e o Governador de MG dialoguem com as famílias e que uma solução de moradia digna seja garantida. Tanto na sede da PBH quando no edifício Gerais há forte aparato de policiais militares e guardas municipais (ambos com tropa de choque) cercando as famílias”, informou o movimento por meio de nota.
Segundo Juliano Vitral, do MLB, a ideia é que as famílias fiquem no saguão da prefeitura até que haja diálogo com eles. “A polícia quer reunir sozinha com a ocupação e nem a Prefeitura e nem o Estado estão se prontificando a conversar”, relatou.
Confusão
Os integrantes do movimento reclamam que não está sendo permitida a entrada de alimentos e águas para as famílias e que integrantes do movimento estão sendo agredidos por guardas municipais.“Chamamos todos e todas para irem à prefeitura e ajudarem a pressionar o prefeito a não continuar mais omisso e que cumpra com a sua responsabilidade constitucional de ser responsável pela moradia. Mais do que fazer propaganda, Kalil precisa agir”, diz a nota.
Eles pedem ainda uma ação também do governador. “Exigimos também que Fernando Pimentel cumpra com seu compromisso assumido em reunião com os movimentos populares em setembro de 2017 de não autorizar a PMMG a fazer qualquer despejo sem que fossem completamente esgotadas todas as possibilidades de negociação”, conclui a nota.
O prédio onde fica a ocupação Carolina Maria de Jesus pertence à União e abrigou durante muito tempo a Secretaria de Estado de Educação. Segundo os ocupantes, o edifício de 14 andares que abrigou a Secretaria de Saúde do Estado, está abandonado há mais de cinco anos.
A reportagem de O TEMPO aguarda resposta da prefeitura e do governo sobre o caso.