O aviador aposentado Marco Aurélio Silva,73, pai de Lorenza de Pinho, 41, participou na tarde desta quarta-feira (26) de uma audiência pública online sobre o feminicídio na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Lorenza de Pinho, 41, morreu no dia 2 de abril, no apartamento onde morava com a família, no bairro Buritis, na região Oeste da capital. O marido dela o promotor André de Pinho, 52, foi acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais (PMMG) de ter matado a mulher dopada e asfixiada. O promotor está preso preventivamente no 3º Batalhão do Corpo de Bombeiros, na região da Pampulha.
Segundo levantamento da Polícia Civil (PCMG), nos últimos quatros anos, 622 mulheres foram assassinadas pelos seus companheiros no Estado.A denúncia via telefone – Disque 180 – ainda é uma estratégia para evitar que as estatísticas aumentem. Somente nos primeiros quatro meses desse ano, já foram contabilizadas 40 mortes por feminicídio em Minas. Lorenza, está nessa estatística. “Temos que frear esse tipo de violência. Os homens devem ser punidos. O feminicídio existe e infelizmente em todas as esferas sociais. Minha filha teve sua vida interrompida e os cinco filhos dela ficaram sem a mãe. Enquanto eu viver vou lutar essa luta”, disse o pai de Lorenza, Marco Aurélio.
Perguntas sem respostas
Sobre o caso Lorenza, muitas perguntas ainda estão sem respostas. O corpo da mulher foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) quase sem sangue. O motivo ainda não foi revelado. Foi encontrado material genético debaixo das unhas de Lorenza, pelo legista do IML. O material ainda não foi analisado. O horário exato da morte da mulher também é uma incógnita. O pai de Lorenza, Marco Aurélio, não perde a fé e espera ter todas as respostas. “Confiamos no MP, as investigações continuam em andamento a cargo do doutor André Ubaldino, temos esperança em novidades. O MP e o DHPP, foram muito eficientes e trouxeram à tona todas as barbaridades cometidas pelo senhor André de Pinho. Logo saberemos, tenho fé”, desabafou.
Nossa reportagem procurou o procurador de justiça, André Ubaldino, que está à frente do caso. Segundo ele, as questões relevantes sobre o caso ainda serão investigadas. “A investigação foi concluída. No entanto, as questões que forem relevantes para a elucidação do caso poderão ser respondidas. Desse modo, as incógnitas poderão sim ser respondidas”, explicou.