Um dia após um torcedor do Cruzeiro ser espancado por torcedores rivais no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, depois do jogo entre o time celeste e o Atlético pelo Campeonato Mineiro, a Polícia Militar (PM) informou, nesta segunda-feira (5), que pretende se reunir com o Ministério Público e outros representes do Poder Judiciário para que juntos possam tentar encontrar solução para problemas em dias de jogos.
“Vamos verificar as questões ligadas ao Estatuto do Torcedor e tentar localizar esses torcedores que constantemente estão envolvidos em confusões. A proposta é que, no momento do jogo, eles possam prestar uma pena alternativa, apresentando-se em algum batalhão e assistindo, por exemplo, palestras de cidadania e, duas horas após a partida eles possam ser liberados. Não tem nada decidido, é uma proposta”, explicou o chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, major Flávio Santiago.
A data do encontro ainda não foi marcada. Procurada pela reportagem de O TEMPO, a assessoria de imprensa do Ministério Público informou que o órgão ainda não foi comunicado oficialmente sobre a briga desse domingo (4), e aguarda a conclusão do inquérito por parte da Polícia Civil. Sobre a reunião com a Polícia Militar, a assessoria informou que ainda não foi procurada.
Briga
Após a partida de futebol nesse domingo, um grupo de atleticanos e cruzeirenses se enfrentaram na rua Cura D’Ars com pedaços de madeira e pedras. Durante o confronto, um torcedor do Cruzeiro de 30 anos foi brutalmente agredido. Até o fechamento desta edição, ele seguia internado do Hospital de Pronto Socorro João XXIII.
Veja o momento do espancamento:
Logo após a briga, 18 homens foram detidos e encaminhados à Central de Flagrantes 3 (Ceflan). Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, os conduzidos à delegacia foram ouvidos e liberados. Os policiais assistiram as imagens das agressões, mas, no primeiro momento, não foi possível identificar quais dos detidos participaram efetivamente das agressões. Um inquérito foi instaurado para apurar o caso.
De acordo com o advogado José de Assis Santiago Neto, membro do Instituto de Ciências Penais (ICP) e professor da PUC Minas, em casos como do torcedor agredido, caso seja comprovada a culpa, os envolvidos podem responder por tentativa de homicídio ou lesão corporal. “Isso vai depender muito do desenrolar das investigações e até mesmo do estado de saúde da vítima. É necessário realmente verificar quem realmente participou do ato”, finalizou.
Ações da PM
Ainda conforme o major, a corporação criou uma estratégia para dias de jogos. O Comando de Policiamento da Capital e do Comando de Policiamento Especializado mapearam possíveis pontos de encontro entre torcidas rivais.
“Nesse caso de ontem (domingo), por exemplo, a viatura estava bem próxima do local da confusão e chegou com cerca de 30 segundos. Esse torcedor, que também era autor das agressões, só não morreu porque a Polícia Militar chegou a tempo”, frisou o policial.