A 10ª DP (Botafogo) faz diligências para tentar identificar a origem do dinheiro que apareceu boiando no mar da Urca, bairro da Zona Sul do Rio. Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da corporação, a unidade soube do aparecimento das cédulas de R$ 50 e R$ 100 por meio da imprensa – o que significa que não houve queixa, até o momento, de que o dinheiro tenha sido roubado ou furtado de algum lugar.
As notas de real apareceram boiando no mar da Urca no último domingo. Logo, a notícia de que havia dinheiro no local atraiu centenas de curiosos: foi uma espécie de caça ao tesouro. Há, também quem fique intrigado com a origem de tanto dinheiro. Teve gente que afirmou ter conseguido até R$ 45 mil.
Segundo o oceanógrafo José Lailson Brito, as notas devem ter sido lançadas há pouco tempo no mar:
– Pelo que eu vi das fotos, as notas estão em bom estado. Qualquer coisa em contato com a água muito tempo já ganha uma coloração esverdeada, amarronzada, que é um filme de bactérias e algas. Matéria orgânica, como papel, se degrada rápido, mesmo as notas que passam por um tratamento especial.
Cariocas já fazem planos para as notas encontradas em mergulhos na Urca
Ele jura que não é história de pescador. Para provar que encontrou R$ 45 mil em um mergulho no mar da Urca, domingo, Roberto Pereira, de 42 anos, convida para um passeio no barco. E mostra, feliz, o material comprado para reforma da embarcação: R$ 3.280 em madeira e R$ 4.200 em fibra. Ele já pensa no resto do material. Um presente de Natal vindo do mar, diz o pescador.
Domingo, Roberto foi um dos primeiros a se lançar à caça do tesouro. Desde o fim de semana, dezenas de pessoas já caíram nas águas em busca de pilhas de notas de R$ 50 e R$ 100 que misteriosamente apareceram perto da orla do bairro. De manhã, foi alertado por uma marinheira de que tinha dinheiro boiando embaixo na ponte sobre o Quadrado da Urca. Pegou seu equipamento de mergulho e caiu na água.
— Eram quatro pacotes de R$ 10 mil. Tinha muita nota rasgada boiando também — conta Roberto.
Em cada barco do Quadrado, tem uma história sobre o aparecimento das notas.
— Encontrei R$ 1.250. Vou comprar tudo em ração de primeira pro Crom (pitbull que é o xodó dos pescadores) — contava Anderson de Aquino, de 40 anos.
O oceanógrafo José Lailson Brito não arrisca um palpite sobre a origem do dinheiro, mas explica que a Urca fica numa área “marginal” da baía, onde as correntes marítimas não são tão fortes. Para os pescadores, o dinheiro foi lançado em uma área próxima. E aparece quando a maré sobe. Alguns juram que notas já foram vistas boiando há um mês, mas “ninguém deu confiança”. Até virar um fenômeno.