Semana Santa está chegando e as pessoas pensam logo no cardápio, que tem o peixe como prato principal. E como aumenta o consumo desse alimento no período que celebra a paixão, morte e ressurreição de Cristo – substituindo a carne vermelha por fazer alusão ao sangue derramado por Jesus –, a Vigilância Sanitária desencadeou a Operação Semana Santa, para verificar a qualidade dos peixes oferecidos aos consumidores belo-horizontinos.
As inspeções em peixarias, supermercados e distribuidoras de pescados serão intensificadas até o dia 28. “A operação vai verificar as condições de comercialização de peixes e frutos do mar nesta época do ano”, informou a Vigilância Sanitária.
Na manhã desta sexta-feira (16), os fiscais estiveram em uma tradicional peixaria do bairro Bonfim, na região Noroeste. As vistorias foram acompanhadas pelo gerente da Vigilância Sanitária Noroeste, João Batista de Souza. “Essa operação é um trabalho mais incisivo nesta época, mas ela é feita o ano inteiro pelas regionais e pela fiscalização sanitária. Nesta época, como o consumo de pescados é maior, a gente faz previamente esta vistoria”, disse Souza. Segundo ele, são dez peixarias na regional Noroeste e dois estabelecimentos serão vistoriados por dia. Em toda a cidades, a média é de 20 a 15 estabelecimentos fiscalizados por dia, segundo ele.
Os fiscais estão atentos ao estado de conservação dos produtos à venda, além da limpeza dos equipamentos, dos estabelecimentos, a temperatura de acondicionamento, a procedência e características sensoriais, como cheiro, cor e consistência dos produtos.
“A população deve ficar atenta as condições de higiene do local, observar se os peixes estão bem armazenados e acondicionados.Os peixes frescos têm que ter olhos brilhantes e cheios, aspecto firme, as guelras, que são as partes respiratórias dos peixe, devem estar bem vermelhas, as escamas firmes e o odor característico. Pescado com cheiro muito forte indica sinal de deterioração. O abdômen não pode ser flácido, nem os olhos murchos e sem brilho e nem as guelras pálidas”, ensina o gerente. Ele também recomenda verificar documentação do estabelecimento, se tem alvará sanitário e se o produto tem nota fiscal. Se o proprietário se recusar a mostrar os documentos, ele deve denunciado à Vigilância Sanitária.
Os produtos inadequados encontrados durante a operação serão apreendidos e destruídos, segundo Souza. O estabelecimento será multado em R$ 2,4 mil e, conforme a situação, poderá ser interditado. Um estabelecimento foi intimido a fazer correção de equipamento que não funcionara direito. “A grande maioria dos estabelecimentos está dentro do padrão. Com relação aos produtos, é raro encontrar um problema”, afirmou o gerente.
O médico veterinário José Maurício, de 69 anos, morador do bairro Santo Antônio, região Centro-Sul, tem o costume de comprar peixes no bairro Lagoinha e os produtos são bem conservados e condicionados no gelo. “Isso que é importante, a qualidade do peixe. O lugar que você conhece, fica satisfeito com a compra, você volta sempre”, comentou o médico, que consome peixes duas vezes por mês.
A gerente de uma peixeira, Silvânia Aguiar, disse considerar importante a fiscalização. “Principalmente para o consumidor entender que temos produtos de qualidade, que ele pode trazer a família, comprar e levar o produto para casa”, disse. A peixaria tem 20 anos e ela conta que o bacalhau é o mais procurado na Semana Santa, seguido pelo salmão. “As pessoas procuram também muito peixe para assar, como o robalo, o tucunaré e o badejo, um surubim para fazer moqueca, entre outras opções. A sardinha também é muito procurada”, comentou a gerente.
O comerciante Ronaldo Gonçalves de Araújo, de 43, foi ontem à Praça do Peixe, no Lagoinha, para comprar filé de cação e de piramutaba para servir no bar dele, em Santa Luzia, na região metropolitana. “Pretendo continuar comprando aqui. Essa fiscalização traz mais segurança para a gente”, comentou.
O aposentado Alexandre Rosa, de 62, morador do Barreiro de Cima, também compra peixes na Lagoinha e garantiu ontem o camarão para a Semana Santa. “A fiscalização só reforça que o consumidor deve confiar na peixaria”, disse.
DENÚNCIA
De acordo com a Vigilância, as inspeções têm caráter prioritariamente educativo, para que os comerciantes se mantenham atentos aos cuidados necessários na manipulação e venda dos peixes e frutos do mar, que são altamente perecíveis. De acordo com a Vigilância, a população pode colaborar denunciando estabelecimentos que estejam em más condições de higiene ou não mantendo os produtos em boas condições, pelo telefone 156, ou pelo site pbh.gov.br/sac.