Um cinegrafista da Tv Integração, afiliada à Tv Globo no Estado de Minas Gerais, foi agredido por um empresário na tarde da última quarta-feira (20.maio.2020). Robson Panzera, 27 anos, e a repórter Thaís Fullin, faziam uma reportagem em Barbacena, na Zona da Mata.
Thaís gravou toda a ação com um aparelho celular. A equipe fazia uma reportagem sobre a pandemia de Covid-19 em frente à entrada da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar).
Veja:
Segundo a versão do agressor, Leonardo Rivelli de 54 anos, ele filmava a equipe da Tv Integração com um celular. Ao se aproximar, foi agredido e revidou, relata o agressor.
O repórter cinematográfico dá outra versão para o fato, alegando que o empresário se aproximou de carro, com um celular na mão, filmando e xingando a TV Globo. Ele confirmou à reportagem do Uol que deu um soco no empresário, no entanto, para se defender.
O empresário não utilizava máscara de proteção.
“Ele foi falando que ia filmar, que ia mandar num grupo de 200 pessoas que gostam de ver pessoas da imprensa sendo agredidas. Eu bati palma. Na hora que ele parou de filmar, começou a me agredir, me chamar de bosta, xingar a emissora”, disse Panzera ao Uol.
De acordo com a ocorrência, Leonardo Rivelli teria chamado a emissora de “globolixo”, entre outros palavrões.
Um dos chutes acertou o tripé e soltou a câmera. Na gravação feita pela repórter Thaís Fullin, é possível ver o empresário pegando tripé da câmera e agredindo o profissional da emissora de tv. Ao ser empurrado, o cinegrafista deixa a filmadora no chão e desferiu um soco no comerciante. Em seguida, é possível ver o empresário chutando a filmadora da emissora.
A repórter que filmava a ação tenta intervir com palavras, mas sem sucesso.
Na chegada dos militares, o comerciante retornou e relatou sua versão à PM, conta Robson. “Eu acho que ainda não caiu a ficha de fato. Não sei como é que vai ser quando voltar a trabalhar. Eu gostaria que ele seja judicialmente punido pelo que ele fez. Eu acho um absurdo isso que ele fez, é inaceitável para os profissionais da imprensa. A gente não pode se calar”, relata o repórter cinematográfico.
“Eu estava com as mãos tremendo, nem sei como consegui filmar. Esse perfil de pessoa a gente encontra muito na rua, e a principal característica é achar que vão sair impunes, e a gente não pode deixar isso acontecer. Não é só a gente que está sendo agredido, são jornalistas no país inteiro, e essa situação está inaceitável. Simplesmente porque ele não gosta da linha editorial da Globo, ele não tem o direito de sair agredindo os profissionais que estão na rua trabalhando. É um absurdo e agora foi a gota d’água”, concluiu a repórter Thaís Fullin.