Mauricio de Sousa recebe prêmio Cátedra Unesco por estímulo à leitura

Agência Brasil
O cartunista e escritor Mauricio de Sousa, acompanhado de personagens da Turma da Mônica, recebe homenagem do Senado Federal, pela inclusão social das pessoas com deficiência em sua obra.

O quadrinhista Mauricio de Sousa recebeu nesta sexta feira (21) uma homenagem da cátedra Unesco de Leitura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em reconhecimento ao estímulo à leitura de várias gerações no país.

Para a coordenadora de Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Rebeca Otero, os personagens e as histórias que Maurício de Sousa criou ao longo de sua carreira contribuíram para a formação de leitores de muitas gerações.

É o caso do ilustrador Rafael Feitosa. Ele inclusive escolheu a profissão inspirado nas histórias em quadrinhos do Mauricio de Sousa que lia quando criança e hoje lê as revistinhas para sua filha Sofia.

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© Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil
O cartunista e escritor Mauricio de Sousa, acompanhado de personagens da Turma da Mônica, recebe homenagem do Senado Federal, pela inclusão social das pessoas com deficiência em sua obra.

Segurando o icônico coelho azul de pelúcia, a filha de Rafael, Sofia, de 5 anos, contou qual o personagem favorito da Turma da Mônica.

Nascido em 27 de outubro de 1935 em Santa Isabel, interior de São Paulo, Mauricio de Sousa começou cedo a carreira de ilustrador. Aos 19 anos, já fazia quadrinhos para jornais locais de Mogi das Cruzes, cidade da Grande São Paulo. Em 1959, publicou uma tirinha vertical, trazendo – pela primeira vez – como personagem o cão azul Bidu. Em 1962, criou a personagem Mônica. E, nos anos 1970, publicou a primeira revista em quadrinhos da Turma da Mônica.

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TURMA DA MÔNICA

Turma da Mônica é uma série de histórias em quadrinhos criada pelo cartunista e empresário Mauricio de Sousa. A série foi originada em 1959 em uma série de tirinhas de jornal, na qual os personagens principais eram Bidu e Franjinha. A partir dos anos 1960, a série começou a ganhar a identidade atual com a criação de Mônica e Cebolinha, entre 1960 e 1963, que passaram a ser os protagonistas.

Embora a maior parte das histórias girem em torno das aventuras de Mônica, Cebolinha e seus amigos do bairro do Limoeiro, o termo do título se refere também às demais famílias de personagens criados por Mauricio de Sousa, derivadas de outras séries, como Turma do Chico Bento, Turma da Tina, Turma da Mata, Turma do Penadinho, entre outros. Desde 1970, na forma de revista em quadrinhos, os personagens já foram publicada por editoras como a Abril (1970-1986), a Globo (1987-2006)[2] e Panini Comics (2007 até a atualidade), somando quase 2.000 revistas já publicadas para cada personagem.[3] Além disso, também segue com publicação especial de tiras no formato de bolso pela própria Panini[4] e pela L&PM.

Em 2008 foi criado um spin-off baseado no estilo dos quadrinhos japoneses intitulado Turma da Mônica Jovem, com os personagens adolescentes.[5] Em 2015, a linha passou por uma reformulação, a Panini reiniciou a numeração das revistas e passou a creditar autores em algumas histórias (algo que acontecia apenas em publicações especiais), além disso, cada edição passou a trazer um QR Code que permite a acesso a conteúdos exclusivos em plataformas virtuais.[6]

A Turma da Mônica tem gibis e outros produtos licenciados em 40 países e com 14 idiomas, sendo que a marca foi expandida para outras mídias ao longo dos anos, em produtos como livros, brinquedos, discos, CD-ROMs, jogos eletrônicos, entre outros.

BULULU

O monstrinho “Bululu”, vindo de outro mundo, fez sucesso inicialmente em Minas Gerais, onde foi idealizado e criado por jornalista e administrador de empresas Paulo Braga. O monstrinho “mineirinho” não foi criado em Varginha – a capital do E.T – mas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

O Bululu é um personagem infantil que nasceu no planeta “Bulu”, que fica em uma galáxia muito distante. Em suas viagens intergalácticas, Bululu acabou conhecendo o planeta Terra e viaja pelo Brasil conhecendo a rica cultura brasileira. Bululu sempre está em companhia de seu animalzinho de estimação – “Crabulu”.

As músicas do projeto são do folclore brasileiro e tem o objetivo de educar e entreter crianças de 0 a 4 anos de idade.

BOB ZOOM
  • Bob Zoom é uma formiguinha azul divertida e charmosa, estrela de uma série de vídeos musicais, cantados em inglês, português e espanhol, que brinca e vive aventuras com sua turma.Todo o conceito foi concebido por profissionais experientes e qualificados em educação e musicalização infantil. Em seus vídeos, o personagem estimula brincadeiras que auxiliam no desenvolvimento das habilidades fundamentais das crianças, promovendo a coordenação motora, a percepção visual, a concentração e a orientação espacial de forma lúdica e simples.
GALINHA PINTADINHA

Em 28 de dezembro de 2006, a dupla decidiu adicionar uma animação infantil no website YouTube para apresentação a alguns produtores de um canal infantil de São Paulo, pois não teriam como comparecer à reunião. Os executivos não aprovaram o vídeo e a ideia inicial não vingou. Porém seis meses depois, a dupla, que não havia removido o vídeo do website, percebeu que o número de visualizações estava bastante expressivo, cerca de 500 mil.

Percebendo a possibilidade de sucesso, o projeto seguiu adiante então com a criação do DVD Galinha Pintadinha e Sua Turma, que contava com animações em 2D com personagens infantis e canções de domínio público. O áudio incluía cantigas de várias gerações, como “A Barata”, “Indiozinhos”, “Escravos de Jó” e “Marcha soldado”.

Em 2010, já com o apoio da Som Livre a equipe criou o segundo DVD, intitulado Galinha Pintadinha 2. O DVD também incluia cantigas clássicas, como “Atirei o pau no gato”, “Alecrim Dourado”, “Sapo Cururu” e “Se Essa Rua Fosse Minha”.[4]Já no primeiro mês, foram mais de 100 mil cópias vendidas, o que garantiu a premiação com disco de platina duplo.

MUNDO BITA

“Antes, quando tínhamos a empresa de tecnologia, recebia dez emails por dia – todos eram reclamações de clientes. Hoje, recebo cem: são pais me agradecendo pelo desenho existir, me contando como aquilo impacta na vida dos filhos deles. Bita é uma celebridade”, conta o empresário Felipe Almeida, que ao lado dos sócios João Henrique, Chaps Melo e Enio Porto, fazem parte da Mr. Plot, empresa responsável pela criação da animação Mundo Bita. Com três discos lançados desde 2013 (um deles, Bita e os Animais, ganhou o Disco de Ouro), quase 70 milhões de visualizações no Youtube e no ar no canal por assinatura Discovery Kids, Bita é de fato uma celebridade, e causou uma revolução na vida dos empresários. “Tinha uma empresa de TI, agora estou no showbiz”, brinca Almeida.

A tal empresa de tecnologia é a Quarta Dimensão, que presta serviços em desenvolvimento de sistemas e web, onde a Mr.Plot nasceu como uma unidade de negócios. “Em 2010 percebemos uma oportunidade com a chegada dos tablets. Era um novo mercado que estava surgindo, muito promissor e com uma capacidade de globalização fácil”, lembra o empresário. A ideia inicial era criar um ebook interativo infantil, aproveitando a sinergia que as crianças estavam demonstrando com o aparelho. Mas faltava um personagem cativante para conduzir as histórias.

“O Bita surgiu antes da Mr. Plot”, conta Chaps de Melo, criador do personagem. “Minha filha estava para nascer e queríamos um tema legal para decorar o quarto dela. Não encontramos nada que nos interessasse, então eu e a mãe dela criamos esse cara, o Bita, para isso”, conta Chaps. Com um personagem novo e original nas mãos, a Mr.Plot – usando o know-how da Quarta Dimensão – começou a produção dos ebooks e aplicativos para tablets, mas sem grandes resultados. “Investimos bastante nisso entre 2011 e 2013, mas não estava faturando o suficiente para se manter, não era rentável”, conta Almeida. A última cartada foi uma aposta: fazer clipes musicais com o personagem animado e canções originais compostas por Chaps. “Foi o grande pulo nos negócios”, completa.

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A mudança da tecnologia da informação para a economia criativa foi feita com a ajuda do Porto Digital. “Fomos da primeira turma a incubar no Portomídia. Bita e os Animais foi nossa primeira obra e nosso objetivo era só lançar o DVD. Já existiam outros fenômenos no setor, como a Galinha Pintadinha, mas fomos ousados em adotar a estratégia (que se mantém) de só usar conteúdo autoral. Não usamos músicas de domínio público, criadas lá na década de 1940 e 1950, que não conectam com o público de hoje. Queríamos algo moderno”, conta Almeida. Foram esses primeiros clipes que chamaram a atenção da gravadora Sony Music, que fechou um contrato com os sócios da Mr.Plot, movimento que obrigou a empresa a se separar da Quarta Dimensão. “Agora, só um de nós cuida da parte de TI, e o resto nos nossos esforços é direcionado na animação”, afirma.

PRODUÇÃO

Viver de desenho animado no Brasil não é algo fácil – principalmente para novatos no setor. “A animação é complexa, cara, trabalhosa e demorada. Não é um mercado para qualquer um e a gente entrou meio que sem saber. Éramos uma empresa de TIC, mas as coisas foram dando certo, passamos fase a fase, e continuamos produzindo – que é o grande segredo do negócio”, explica Almeida. Desde 2013 a empresa vem lançando um DVD pro ano. Bita e as Brincadeiras também ganhou um Disco de Outro e Bita e o Nosso Dia saiu em 2015.

O faturamento da Mr.Plot em 2014 foi de R$ 200 mil e deve mais que dobrar no ano seguinte, passando para R$ 500 mil, mas a correria dos empresários está longe de acabar. “Ainda não conseguimos pagar a produção dos discos só com vendas. O mercado fonográfico no Brasil está em queda e cada minuto de uma produção como essa custa R$ 10 mil. Um DVD de 30 minutos passa dos 300 mil, sem contar outros gastos. Foi aí que entendemos que vender discos não era nosso negócio, mas que estávamos construindo uma propriedade intelectual”, afirma o empresário.

Da TIC, para a economia criativa e agora para licenciamento de direitos autorais, um mercado que é muito novo no Brasil. “Não dá para dizer que é insipiente, por que Maurício de Souza criou a Mônica há 50 anos e exporta ela para o mundo todo. Mas fora ele, você consegue contar nos dedos os produtores brasileiros que conseguem isso”, avalia Almeida. Essa imaturidade do mercado nacional obriga a Mr.Plot a contratar profissionais altamente especializados (e caros) como advogados e contadores. “A maior parte dos parceiros, como a gravadora e o canal de TV, também estão no Rio e em São Paulo. Quando dizemos que somos do Recife, às vezes nem acreditam. Em parte por que também optamos por não inserir no produto características que o tornassem muito regional. Criamos o Bita para ser globalizado”, completa. A “marca” Bita tem dez aplicativos (com mais de 500 mil downloads), apresentações ao vivo, linha de brinquedos educativos, artigos para festas, material escolar e de higiene oral. “Nosso próximo passo, para o médio prazo, é produzir uma série fixa para a TV, com 52 episódios, e um longa metragem. Isso nos consolidaria como um produto transmídia, que possa ser vendido no mundo todo”, acredita Almeida.

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